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Desativado só no papel: montanha de 70m de entulho no Lixão da Estrutural ameaça desabar

O Governo do Distrito Federal (GDF) desativou o Lixão da Estrutural, em 2018. Apesar do risco ambiental e social, 5 anos depois, em fevereir...

O Governo do Distrito Federal (GDF) desativou o Lixão da Estrutural, em 2018. Apesar do risco ambiental e social, 5 anos depois, em fevereiro de 2023, continua aberto e recebe resíduos da construção civil. A montanha de entulhos chegou a 70 metros de altura e há risco de uma avalanche de poluição. Além disso, o chorume ameaça a água no subsolo e a Floresta Nacional.

Em 2018, o Lixão deixou de receber resíduos domiciliares. O lixo orgânico passou a ser depositado no Aterro Sanitário de Samambaia. Segundo o vice-diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Celso dos Reis Gomes, o governo precisa concluir o fechamento e fazer a recuperação ambiental da área degradada. São aproximadamente 60 anos de depósito de materiais poluentes.

“Você tem uma grande bomba de impacto ambiental soltando chorume e gás metano todos os dias. Tem de parar de botar material. A montanha artificial de resíduos já está beirando os 70 metros de altura. Tem um risco de escorregamento daquele maciço muito grande. Pode gerar um acidente grave, um desastre”, alertou.

Pesquisas da UnB flagraram a contaminação de chorume no solo. O lençol freático está em risco e a região vizinha à Lagoa de Santa Maria, responsável pelo abastecimento de água potável da parte norte do DF. Além disso, o Lixão recebe quase 5 mil toneladas de resíduos por dia, são 700, 800 e até 1.000 viagens de caminhões diárias. “Na época de seca, esse grande fluxo de veículos levanta poeira para a população e na chuva, lama.

Segundo Paulo Celso, o fechamento na prática do Lixão depende da criação de um sistema para o depósito dos resíduos da construção civil. “É bom ter no mínimo três pontos de logísticas para receber o material e fazer o tratamento da melhor forma possível. Hoje, reciclam no Lixão de 10% a 20% do material. Dá para tratar 80%. É


preciso conseguir uma área exclusiva no DF para receber e enterrar os rejeitos dos entulhos”, sugeriu.

O Lixão tem aproximadamente 200 hectares. De acordo com estudos, serão necessários aproximadamente 25 anos para recuperar a região, caso haja trabalho de resgate e descontaminação ambiental, especialmente do chorume. O investimento varia de R$ 200 milhões e pode chegar a R$ 1 bilhão, dependendo dos planos. A região pode ser transformada em um novo parque ambiental ou em uma nova área de habitação.


Matheus Veloso/Metrópoles

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