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Laboratório Central da Secretaria de Saúde se consolida como banco de dados genético

Sequenciamento feito na unidade revoluciona vigilância epidemiológica no DF. São mais de 6 mil análises realizadas de 2019 a 2025 O sequenci...

Sequenciamento feito na unidade revoluciona vigilância epidemiológica no DF. São mais de 6 mil análises realizadas de 2019 a 2025

O sequenciamento dos genes permite identificar microrganismos de forma precisa e detectar mutações que podem influenciar a patogenicidade e a resistência a tratamentos. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Criado originalmente como Instituto de Saúde do Distrito Federal, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) tornou-se um pilar essencial da rede de saúde do Distrito Federal. A unidade atua como banco de dados genéticos acessível a instituições de todo o País, desempenhando um papel fundamental no estudo do DNA e de doenças genéticas. De 2019 até o momento, a equipe já realizou mais de 6 mil análises. 

Entre as pesquisas empreendidas pelo Lacen-DF, destaca-se o sequenciamento do vírus SARS-CoV-2, ferramenta crucial para monitorar variantes da covid-19 e orientar estratégias de controle e vacinação. Desde janeiro de 2021, a unidade foi responsável por quase 5 mil investigações relacionadas ao vírus. 

Gerente de biologia médica do laboratório, Fabiano Queiroz Costa explica que o sequenciamento genético tem se consolidado como um instrumento essencial para a vigilância epidemiológica e o diagnóstico de agentes infecciosos. Nesse âmbito, o Lacen-DF se destaca como referência nacional no diagnóstico em Candida albicans- candidíase - e, regionalmente, em tuberculose, monkeypox e gene de resistência.

"Durante a pandemia de covid-19, o laboratório passou a se destacar como centro de referência em sequenciamento genético, atuando como peça-chave no monitoramento da evolução do vírus, identificando variantes e auxiliando no seu controle", conta o especialista. 

Sequenciamento genético

No Lacen-DF, o sequenciamento é feito parcialmente, por meio da metodologia de Sanger; ou por completo e de maneira automatizada, pelo NGS (Next-Generation Sequencing). "Ao sequenciarmos os genes, somos capazes de identificar os microrganismos de forma precisa e detectar mutações que podem influenciar a patogenicidade e a resistência a tratamentos", explica Costa.  

O método Sanger sequencia os fragmentos de DNA individualmente e já possibilitou que o laboratório realizasse mais de 180 análises de identificação bacteriana. Por sua vez, o NGS é feito em larga escala e permite que milhões (e até bilhões) de fragmentos sejam sequenciados simultaneamente em uma única corrida. 

Monitoramento de variantes e epidemias

Os vírus influenza A e B, bem como o da dengue, também são monitorados por meio do sequenciamento, permitindo a caracterização das cepas circulantes e auxiliando na previsão de surtos. Desde março de 2023, foram feitas 940 análises para influenza e 567 para dengue.

O laboratório também realiza o sequenciamento do Mycobacterium tuberculosis, essencial para a detecção de mutações associadas à resistência a antibióticos, o que impacta diretamente no tratamento da tuberculose multirresistente.

"Essa técnica foi implementada em março deste ano e já permitiu a análise de três casos. Ela fortalece a capacidade de acompanhar doenças e aprimora a eficácia dos protocolos de controle e tratamento." aponta a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. 

Lacen em números

Em 2024, o laboratório central realizou 258 mil procedimentos, quase 60 mil pesquisas de anticorpos anti-HIV-1 e HIV-2 e cerca de 44 mil investigações de anticorpos contra hepatite B. 

Com mais de 170 tipos de exames laboratoriais, o Lacen-DF processou aproximadamente 25 mil amostras para vírus respiratórios; 12,8 mil determinações de carga viral do vírus da imunodeficiência humana (HIV); 670 laudos de análise laboratorial para o programa de monitoramento de alimentos; 544 dosagens de colinesterase, indicando exposição a produtos tóxicos; e 256 amostras de casos suspeitos de malária.


Fonte: SES/DF

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